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segunda-feira, 21 de outubro de 2013

A EXPERIMENTAÇÃO ANIMAL E O DESPERTAR DA COMPAIXÃO

A EXPERIMENTAÇÃO ANIMAL E O DESPERTAR DA COMPAIXÃO COMPAIXÃO: A SOBREVIVÊNCIA DO MAIS GENTIL Trecho extraído do livro “Budismo com atitude“, por Alan Wallace. http://budavirtual.com/2013/06/06/o-primeiro-estagio-da-compaixao-e-a-empatia/ Para os budistas, a compaixão não significa apenas sentir pena das outras pessoas. O tempo tibetano — nying-jay — implica uma expansão absolutamente direta do coração. Provavelmente a tradução mais próxima de nying-jay seja “amor” — mas um tipo de amor sem apego e sem nenhuma expectativa de obter algum retorno. A compaixão, em termos tibetanos, é um sentimento espontâneo de vínculo com todos os seres vivos. O que você sente eu sinto; o que eu sinto você sente. Não há nenhuma diferença entre nós. Sacrifícios como esses parecem, em um nível individual, indicar um conjunto de fatores biológicos que transcendem medos e desejos pessoais. O simples fato de termos sido capazes de criar sociedades e civilizações que pelo menos reconhecem a necessidade de proteger e cuidar dos pobres, dos fracos e dos indefesos sustenta a conclusão do professor Kagan de que “o senso ético é uma característica biológica de nossa espécie”. Essas observações ressoam quase completamente com a essência dos ensinamentos do Buda: quanto mais claramente vemos as coisas como são, mais dispostos e capazes nos tornamos de abrir nossos corações a outros seres. Quando reconhecemos que os outros vivenciam dor e infelicidade porque não reconhecem sua verdadeira natureza, somos espontaneamente movidos por um desejo profundo de que eles vivenciem o mesmo senso de paz e clareza que começamos a conhecer. Se você realmente quiser ver o quão ativa uma mente compassiva pode ser, há um exercício muito simples que provavelmente não tomará mais de cinco minutos do seu tempo. Pegue uma caneta e papel e faça uma lista de dez problemas que você gostaria de ver resolvidos. Podem ser problemas globais ou questões que o cercam. Você não precisa pensar em soluções. Simplesmente faça a lista. O simples ato de escrever essa lista mudará sua atitude significativamente. Isso despertará a compaixão natural de sua verdadeira mente. A compaixão leva essa capacidade de considerar outro ser senciente como um igual ainda mais longe. Seu significado básico é “sentir com”, um reconhecimento de que o que você sente eu sinto. Tudo o que o prejudica me prejudica. Tudo o que o beneficia me beneficia. A compaixão, em termos budistas, é uma completa identificação com os outros e uma prontidão ativa para ajudá-los de qualquer maneira. Assim que reconhecemos que os outros seres sencientes — pessoas, animais e até insetos — são exatamente como nós, que sua motivação básica é vivenciar a paz e evitar o sofrimento, quando alguém age de alguma maneira ou diz alguma coisa que se oponha a nossos desejos, somos capazes de ter alguma base para a compreensão: “Ah, tudo bem, essa pessoa (ou esse animal) está assumindo essa posição porque, assim como eu, ela quer ser feliz e evitar o sofrimento. E essa é a sua motivação básica. Não é nada pessoal; ela só está fazendo o que acha que precisa fazer.” A compaixão é a sabedoria espontânea do coração. Ela está sempre conosco. Ela sempre esteve e sempre estará. Quando surge em nós, é porque aprendemos a ver como somos, na realidade, fortes, seguros e soberanos. Quando comecei a praticar a meditação sobre compaixão, contudo, descobri que meu senso de isolamento começou a diminuir, enquanto, ao mesmo tempo, meu senso pessoal de autonomia e força começou a crescer. Onde eu só via problemas, comecei a ver soluções. Onde no passado eu via minha própria felicidade como algo mais importante que a felicidade alheia, comecei a ver o bem-estar dos outros como as bases para a minha própria paz de espírito. Da forma como me ensinaram, o desenvolvimento da bondade amorosa e da compaixão começa com o aprendizado de como apreciar a si mesmo. Trata-se de uma lição difícil, especialmente para pessoas que cresceram em culturas nas quais não é comum ater-se a fraquezas pessoais, privilegiando, em seu lugar, forças pessoais. Não se trata de um problema particularmente ocidental. Desenvolver uma atitude compassiva em relação a mim mesmo literalmente salvou minha vida durante meu primeiro ano de retiro. Eu poderia nunca ter saído do meu quarto se não tivesse confrontado minha verdadeira natureza, olhado profundamente em minha própria mente e visto sua verdadeira força, em vez da vulnerabilidade que sempre achei que estivesse presente. E o que queremos remete ao impulso biológico básico de ser feliz e evitar a dor. Assim, no começo, desenvolver a bondade amorosa e a compaixão significa usar a si mesmo como o objeto de seu foco meditativo. O método mais fácil é um tipo de variação da “prática de escaneamento” descrita anteriormente. Se você estiver praticando formalmente, fique na postura dos sete pontos da melhor maneira possível. Fique com a coluna ereta enquanto mantém o restante do corpo relaxado e equilibrado e permita que sua mente relaxe em um estado de mera consciência. Uma vez que você se familiariza com o próprio desejo de felicidade, fica muito mais fácil estender essa consciência aos outros seres sencientes a seu redor — pessoas, animais e até insetos. A prática da bondade amorosa e da compaixão em relação aos outros essencialmente envolve cultivar o reconhecimento de que todas as criaturas vivas querem sentir-se plenas, seguras e felizes. Tudo o que você precisa fazer é lembrar-se de que tudo o que se passa na mente de outra pessoa é o mesmo que se passa na sua. Quando você se lembra disso, percebe que não há motivo para ter medo de qualquer pessoa ou qualquer coisa. Você só tem medo quando falha em reconhecer que qualquer coisa ou qualquer pessoa que você possa estar encarando é exatamente como você: uma criatura que só quer ser feliz e estar livre do sofrimento. O importante em cultivar a bondade amorosa e a compaixão é permitir-se vivenciar sentimentos genuínos de afeto, carinho ou afeição. Essa prática não apenas abre seu coração aos outros seres, mas também dissolve a própria identificação com qualquer dor ou desconforto que possa estar sentindo. _______________________ COMPAIXÃO E A EXPERIMENTAÇÃO ANIMAL Trecho extraído do livro ”A Alegria de Viver – Descobrindo o segredo da felicidade” de Mingyur Rinpoche. (...)o fato de quase tudo em nossa sociedade ser feito à base de exploração animal é mais uma razão para aboli-la (a experimentação), pois então mostra que sofrimento e morte estão sendo impostos a um número gigante de seres sencientes. Essas questões deveriam ser o ponto central do debate. As razões acima são as razões mais básicas para se rejeitar o especismo, e, com ele todas as práticas exploratórias sobre os não humanos, incluindo a experimentação animal. É a partir daí que o debate deveria se desenvolver. E é por não se estar discutindo os argumentos principais e se estar a perder tempo com argumentos que já assumem de antemão que o especismo está justificado que nosso entendimento das questões éticas que envolvem animais não humanos está, infelizmente, em um nível dos mais rasos. Fonte: Olhar Animal - http://olharanimal.net/pensadores-etica-e-animais/luciano-carlos-cunha/448-o-debate-sobre-a-moralidade-da-experimentacao-animal-o-que-e-relevante-e-o-que-nao-e ________________________________________ Luciano Carlos Cunha - lucianoshred@gmail.com Mestre em Ética e Filosofia Política pela Universidade Federal de Santa Catarina (UFSC), licenciado em Educação Artística com habilitação em música pela Universidade do Estado de Santa Catarina (UDESC), colaborador da revista eletrônica Pensata Animal, colunista do site ANDA e autor do blog Desafiando o Especismo. Link para C. Lattes: http://lattes.cnpq.br/3030914980692075

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