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terça-feira, 23 de fevereiro de 2016


Pneumonia matou defensor dos animais Humberto Salla, aos 48 anos

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Humberto Salla lutava desde outubro do ano passado contra a doença. Foto: Divulgação

Defensor dos direitos dos animais, o vendedor Humberto Salla, de 48 anos, lutava desde outubro do ano passado contra uma pneumonia e morreu na tarde de domingo (14) por complicações da doença.
Humberto era conhecido nacionalmente e tornou-se referência no trabalho de proteção e resgate de animais que sofrem maus-tratos e são abandonados. O sepultamento foi realizado na segunda-feira (15), às 16 horas, em Linhares, onde parte da família mora.

Foram mais de 20 anos de trabalho e milhares de animais resgatados. Humberto também foi tema de reportagem de A Tribuna, em 2012, ao percorrer 3.696 km até o Mato Grosso do Sul com 15 cachorros dentro de uma Sprinter. Humberto morou na região por um tempo e depois voltou para o Estado.

A família suspeita que a administração de um medicamento contra a doença cinomose, em um dos 25 cachorros que viviam com ele, pode ter intoxicado Humberto e, como consequência, desenvolvido o problema pulmonar.

“Não temos como afirmar, mas sabemos que após ele administrar uma medicação sem equipamentos de segurança, começou a passar mal”, contou o irmão Edmar Salla Lima, 51.

O infectologista Luis Henrique Barbosa Borges não descartou a possibilidade. “Algumas doenças linfoproliferativas, consequência da pneumonia grave, podem ser causadas por produtos químicos, mas exames são necessários para confirmar”, explicou.

O nutricionista Juliano Lolli, 34, com quem Humberto vivia há dois anos, falou da dor da perda em sua página no Facebook. “Perdi meu companheiro, a pessoa que me ensinou tudo, minha evolução ao seu lado foi gigantesca e jamais me esquecerei”, declarou.

A sobrinha, a universitária Danielli Farias Lima, 21, disse que muitos aprenderam com ele. “Meu tio nos ensinou a respeitar os animais e uns aos outros pelo trabalho que desenvolveu salvando a vida de muitos cães”, disse emocionada.

Homenagens

O legado de Humberto Salla em prol dos animais é inquestionável, segundo familiares. Eles contam que desde muito novo o vendedor, que trabalhava em uma loja de móveis, colocava esses “seres peludos” – como ele os chamava por muitas vezes – à frente da sua própria vida.

“Ele não se conformava como pessoas maltratavam e abandonavam animais que tanto têm a nos ensinar”, contou o irmão Edmar Salla Lima.

A protetora de animais Norma Soelly Santana Louzada, 55 anos, assim como amigos e protetores fizeram homenagens em redes sociais. “Estamos órfãos, não só os animais. Ele era referência na luta de proteção e resgate desses animais e era com o apoio dele que nós salvávamos a vida de muitos animais”, contou emocionada.

A também protetora de animais Eliana Fricks Wells, 53, amiga de Humberto, ressaltou que ele enfrentou dificuldades em defesa dos animais, mas não desistiu da causa. “Ele lutava contra donos de animais e até médicos veterinários, e estava sempre disposto a ajudar quem defendia a mesma causa.”
Humberto deixou, além do seu companheiro Juliano Lolli, 25 cachorros em sua casa na Serra.

Segundo a sobrinha do vendedor, Danielli Farias Lima, Juliano não estava em condições de conversar, mas se comprometeu em cuidar dos cachorros e continuar alimentando os que moram na rua próximo à casa, trabalho realizado por Humberto.

Reportagem: Tayla Oliveira

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