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sexta-feira, 14 de fevereiro de 2014

Sera' que o Orquidario de Santos (SP) se interessa?



Tartarugas abandonadas lotam lago de parque na zona leste de SP


Elas apareceram na surdina e não há testemunhas para descrever a chegada. Apesar disso, os principais suspeitos de levarem as intrusas têm um perfil claro: humanos que pouco entendem de sua natureza. Abandonadas no lago do parque Piqueri, no Tatuapé, (região leste), tartarugas d'água se multiplicam. Hoje são 150 dividindo espaço (e comida) com cisnes, gansos e marrecos da área verde.
A quantidade de animais chama a atenção das crianças, que se animam a fazer um censo populacional.

Parque do Piqueri

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 Tartaruga-tigre no lago do parque do Piqueri, no Tatuapé

As mais jovens têm cerca de 5 cm, mas o quelônio pode chegar a 25 cm quando adulto e viver mais de 30 anos. Para o biólogo Ricardo Gandra, que trabalha no setor de fauna do Depave (Departamento de Parques e Áreas Verdes), o fato de elas chegarem ao tamanho de um prato seria o motivo do abandono. Segundo ele, os mais desinformados não sabem que terão de fazer um "upgrade" no tamanho do aquário de tempos em tempos.

SEM CONTROLE
O problema não ocorre só no Piqueri. Já foram encontradas tartarugas em lugares pouco convencionais, como o tanque de carpas do Hospital das Clínicas e o lago da praça da República, conta Ricardo.

Sem conseguir controlar o abandono de animais, o Depave não sabe exatamente quantos vivem atualmente no lago do parque Piqueri.

A estimativa de 150 animais foi dada por um funcionário do local, que na última quarta-feira dava ração para as aves. Para as tartarugas, nada. Ali elas têm de se virar. "Comem os peixes que morrem", disse o tratador. De acordo com ele, há dez anos esses animais já podiam ser vistos por ali, mas agora a população aumentou muito.

Na natureza, as tartarugas do gênero "Trachemys" comem vegetais, e pequenos peixes e crustáceos. Duas espécies podem ser encontradas no Brasil. A tigre-d'água é nativa do Rio Grande do Sul (também pode ser encontrada na Argentina e no Uruguai). Já a orelha-vermelha, que tem uma mancha na cabeça da cor de seu nome, vem da América do Norte, e seu comércio, antes legalizado, é hoje proibido pelo Ibama.

Ricardo Romanetto, 50, diz ser o único criador legal do Brasil. Da sua fazenda no Paraná saem cerca de 7.000 filhotes todos os anos; 20% deles são enviados para petshops da cidade de São Paulo.

Segundo ele, o número de animais contrabandeados é muito maior do que o de legalizados. "É muito fácil encontrar tartarugas por R$ 50. Eu vendo para as lojas a R$ 90. Se custar menos, é ilegal."

Segundo Márcio Borges, professor do instituto de Biociências da Universidade Federal do Rio Grande do Sul, há indícios de que a espécie nativa e a exótica se acasalam. Mas mesmo a soltura de animais nativos que vivem em cativeiro é problemática, já que eles podem levar doenças para as populações naturais e colocá-las em risco.

As duas espécies existem e se reproduzem no lago do parque Piqueri. Botam os ovos na grama, e quando os filhotes nascem, as pessoas costumam levá-las para casa, segundo um dos vigias do local. "Mas depois, quando as tartarugas crescem, as pessoas trazem elas de volta e jogam no lago."

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