15/07/2015 13h35
- Atualizado em
15/07/2015 17h10
Haddad vai recorrer de liminar que liberou venda de foie gras em SP
TJ suspendeu nesta terça lei que proíbe iguaria francesa.
Foie gras é fígado gordo de ganso ou pato alimentados de maneira forçada.
Prato preparado com a iguaria francesa foie gras
(Foto: Stephanie Diani/The New York Times/Arquivo)
(Foto: Stephanie Diani/The New York Times/Arquivo)
"[Vamos recorrer] assim que nós formos notificados para conhecer o teor da decisão. Mas, em geral, a administração pública defende as leis sancionadas. Isso é quase que um rito protocolar, defender as leis aprovadas e sancionadas", afirmou o prefeito.
Haddad, que já declarou ser amante do foie gras, argumentou a razão da sanção da lei. "Eu tive tempo de estudar a matéria e julguei que a produção envolvia maus tratos e em muitos países modernos isso é incompatível com a maneira sustentável de viver", declarou.
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O prefeito citou a Califórnia nos Estados Unidos, Austrália e países
europeus como locais que já adotaram a restrição. "Não é uma novidade no
Brasil. Vários países do mundo rejeitam a produção desnecessária de
alimentos que envolvam maus tratos. Me sensibilizei com a causa dos
ativistas".O foie gras é o fígado gordo de ganso ou pato, resultado de um método milenar conhecido como gavage, em que os animais são forçados a se alimentar. Ativistas consideram o método cruel.
A lei que proíbe a produção e comercialização da iguaria foi publicada no dia 26 de junho no Diário Oficial da cidade e tinha prazo de 45 dias para entrar em vigor. Nesse período, os restaurantes e empórios foram autorizados a vender o produto.
Chefs são contra
Após a publicação da lei no Diário Oficial do Município, chefs de cozinha e responsáveis por restaurantes que servem o foie gras classificaram como absurda a proibição da produção e comercialização da iguaria típica da culinária francesa em São Paulo. Ouvidos pelo G1, eles defendem que a medida não resolve a crueldade contra animais e disseram que a criação e abate de outras espécies são ainda mais "cruéis".
“Não tem sentido. Interromper a venda na cidade de São Paulo não é significativa. O abate de animais não é exclusivo do pato. Há práticas muito mais invasivas, como o abate de porcos de granja”, afirmou o chef Marco Renzetti, do restaurante Osteria del Pettirosso. O estabelecimento usa cerca de 1,5 kg de foie gras por mês.
Segundo ele, o foie gras não é consumido diariamente pelos franceses, mas é um item quase que indispensável em momentos de reunião, como aniversários e festas familiares. “É uma pena [proibirem]. Você regride uma questão cultural. É como castrar a liberdade. A gente tem que ter o direito de escolha do que vamos comer”, completou o empresário francês.
Alguns estabelecimentos que usam o ingrediente nos pratos na capital, como o Le Vin Bistrô (com unidades no Jardins, Itaim, Vilaboim e MorumbiShopping) e a Brasserie Le Jazz (em Pinheiros) tiraram o foie gras do cardápio quando o projeto de lei ainda tramitava na Câmara Municipal de São Paulo.
Couvert que usa foie gras em São Paulo será retirado do cardápio (Foto: Divulgação/Le Vin Bistrô)
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